[31 de Maio de 1819 – 26 de Março de 1892]
Em mim vivem as vozes há muito tempo emudecidas,
Vozes de intermináveis gerações de prisioneiros e escravos,
Vozes de doentes e desesperados, de ladrões e anões,
Vozes de ciclos de gestação e crescimento,
E dos fios que ligam as estrelas, e dos úteros e da seiva paternal,
E dos direitos dos ofendidos,
Dos disformes, triviais, simples, idiotas, desprezados,
Névoa no ar, escaravelhos que fazem rolar bolas de excrementos.
[Excerto do canto XXIV]
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