sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dia das Livrarias

30 de Novembro - Dia das Livrarias

Fernando Assis Pacheco, 1/II/1937 - 30/XI/1995

Fernando Pessoa, 13/VI/1888 - 30/XI/1935

Todos os dias são bons para visitar uma livraria.
Não permita que as livrarias se transformem numa «espécie em vias de extinção»!


MAIS INFORMAÇÃO SOBRE O DIA DAS LIVRARIAS


Onde estás agora / Oh meu amigo?



ONDE EST
ÁS AGORA?
                                           ao MAP

  
Onde estás agora
Oh meu amigo?
Nem dentro
Nem fora
Nem muito longe
Nem muito perto
Talvez nos primeiros
Raios da aurora
Talvez no deserto
No mais incerto
E improvável
Lugar

Onde estás agora
Oh meu amigo
Que não te oiço?
Talvez no fim
Da estrada
Envolto em poeira
Numa cadeira
De baloiço
Em frente ao grande
Tudo
Ou ao grande
Nada

Jorge Sousa Braga

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

«Império» [ edição normal + edição "única & limitada" ]


Império

Alexandre Melo, André e. Teodósio, Vasco Araújo


ISBN: 978-989-97719-7-0

Edição: Outubro 2012

Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros

edição especial à venda nas nossas livrarias
100 exemplares (com a reprodução dos fotogramas a cores), numerados de 1/100 a 100/100 e assinados pelos autores

Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros
 

Formato: 15,5×23,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 120 (com reproduções)

Deste livro fez-se uma tiragem normal de 400 exemplares e uma tiragem especial de 100 exemplares (com a reprodução dos fotogramas a cores), numerados de 1/100 a 100/100 e assinados pelos autores.

Manuel Gusmão apresenta | Luís Miguel Cintra lê


Até logo!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

«O Pássaro na Cabeça e mais versos para crianças», de Manuel António Pina § Ilda David’


O Pássaro na Cabeça 
e mais versos para crianças
Manuel António Pina § Ilda David’

Colecção: Assirinha / Tema, classificação: Infanto-Juvenil
Formato e acabamento: 23 x 23 cm, edição encadernada / 60 páginas

ISBN: 978-972-37-1658-0
PVP: 13 €

O Pássaro da Cabeça
foi publicado em 1.ª edição em 1983 (A Regra do Jogo, Lisboa), e nele se reúnem diversos poemas infantis do autor, incluindo alguns publicados em outros livros seus, como Gigões & Anantes e O Têpluquê e Outras Histórias. A presente edição é enriquecida com imagens da pintora Ilda David’.




A ANA QUER

A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.
Cá fora está-se bem,
mas na barriga também
era divertido.

O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.

O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.

BASTA IMAGINAR

Basta imaginar
um pássaro para o aprisionar,
e depois imaginar o ar para o libertar
e imaginar asas para ele voar
e imaginar uma canção para ele cantar.


Este livro integra as Metas Curriculares de Português para o Ensino Básico, 1.º, 2.º e 3.º Ciclos — Lista de obras e textos para leitura orientada, 5.º Ano.

«Guia de Aves», de Lars Svensson, Killian Mullarney e Dan Zetterström


GUIA DE AVES

Lars Svensson, Killian Mullarney e Dan Zetterström

Tradução e Revisão Científica: Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

Colecção: Rosa dos Ventos 6 / Tema, classificação: Natureza
Formato e acabamento: 13,5 x 19,4 cm, edição brochada / 448 páginas

ISBN: 978-972-0-79214-3
PVP: 33 €

Este é, indiscutivelmente, o melhor guia de aves até hoje publicado sobre as aves da Europa, Norte de África e Médio Oriente, disponibilizando toda a informação necessária para identificar qualquer espécie em qualquer época do ano. O texto é detalhado e cobre aspectos do habitat, da área geográfica, da descrição e dos cantos de cada espécie. Inclui mapas de distribuição para as espécies de Portugal e da Europa, com informação rigorosa sobre as áreas de distribuição, de migração e de invernada.


Esta 2.ª edição inclui mais de 3500 ilustrações com todas as plumagens representativas de cada espécie, pintadas pelos melhores artistas de ilustração de aves do mundo. A tradução e a revisão estiveram a cargo de uma equipa técnica da SPEA — Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Mário Cesariny [ 9/VIII/1923 - 26/XI/2006 ]

                                                                                             ©Eduardo Tomé

Muito acima das nuvens seja o centro
das nossas misteriosas poéticas
o irresistível anseio de viajar
um só movimento trabalhado à mão
nos ermos mais altos
mais desaparecidos

Pena Capital

«Estação Central», de José Tolentino Mendonça



ESTAÇÃO CENTRAL
José Tolentino Mendonça

Colecção: Poesia Inédita Portuguesa 131 / Tema, classificação: Poesia

Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 64 páginas

ISBN: 978-972-0-79319-5
PVP: 9 €

«Reconhecido unanimemente como um dos grandes poetas portugueses da atualidade, José Tolentino Mendonça regressa aos seus leitores com Estação Central, onde um dos poemas que o integram tem a seguinte epígrafe de Dietrich Bonhoeffer: «Deus é impotente e fraco no mundo, e somente assim está connosco e nos ajuda». Compreende-se por isso que «[…] Deus sendo puro deixa-se consumir / com a paixão insultuosa / dos devassos». Esta ambivalência entre a solidão da humanidade e o maravilhoso mistério que a acompanha perpassa as páginas deste livro.» [A&A]



CREDO
atribuído a Yossel Rakover

Creio no sol, mesmo quando não o vejo
Creio no amor, mesmo quando não o abraço
Creio em Deus, mesmo quando Deus se cala

domingo, 25 de novembro de 2012

«Teoria da Heteronímia», de Fernando Pessoa


TEORIA DA HETERONÍMIA
Fernando Pessoa


Edição: Richard Zenith e Fernando Cabral Martins

Colecção: Páginas de Fernando Pessoa 4 / Tema, classificação: Literatura Portuguesa
Formato e acabamento: 14,5 x 21 cm, edição brochada / 384 páginas


ISBN: 978-972-0-79318-8
PVP: 18 €

«Caímos na armadilha. Fomos, realmente, burlados, como foram burlados os seus amigos para quem ele preparou, de peito feito, a grande “palhaçada” dos seus heterónimos.» O parecer, publicado em 1951, é do primeiro biógrafo de Fernando Pessoa. Embora João Gaspar Simões muito admirasse o poeta, considerava os heterónimos uma blague e a obra feita em seu nome um «ciclo mistificador». No entanto, para muitos especialistas e leitores, a heteronímia é a chave que permite apreciar devidamente a obra e o génio do poeta.
A presente edição reúne textos de Fernando Pessoa — prosa, poesia e alguns projetos — que de algum modo incidem sobre o tema da heteronímia, enquanto procedimento literário e como modo de estar no mundo. Um prefácio analisa e contextualiza o fenómeno, enquanto uma Tábua de heterónimos e outros autores fictícios descreve as aptidões e a atividade literária de 106 «colaboradores» de Pessoa, alguns dos quais revelados nesta edição pela primeira vez.


«Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não.
Para criar, destruí-me. Tanto me exteriorizei dentro de mim, que dentro de mim não existo senão exteriormente. Sou a cena nua onde passam vários actores representando várias peças.
»


Fernando Pessoa

sábado, 24 de novembro de 2012

«Aniki-Bóbó», por Manuel António Pina


ANIKI-BÓBÓ

Manuel António Pina


Colecção: Livros de Cinema / Tema, classificação: Ensaio
Formato e acabamento: 14,5 x 21 cm, edição brochada com badanas / 96 páginas


ISBN: 978-972-37-1659-7
PVP: 10 €

Céu e terra, transcendência e realidade quotidiana, interligam-se intimamente em Aniki-Bóbó. A certa altura, enquanto Eduardito jaz no leito do hospital, os pequenos personagens de Aniki-Bóbó manterão, sob o céu da noite e fitando as estrelas, uma «filosófica» conversa sobre a vida e a morte, Deus e o Diabo, o conhecido e o desconhecido, na qual, sob a expressão ingénua dos medos e fantasmas infantis, não é difícil descortinar as grandes interrogações essenciais que, diante do invisível, ancestralmente inquietam o homem.
[excerto do livro]


Aniki-Bóbó, primeira longa-metragem e primeiro filme de ficção de Manoel de Oliveira, é hoje, apesar de incompreendido à época da estreia em 1942, um clássico absoluto do cinema português e uma obra ímpar na cinematografia mundial. Interpretado por crianças, história de adultos transposta para o universo da infância, este filme profundamente poético, cuja singularidade se sobrepõe sem contestação às afinidades estéticas que a crítica por vezes lhe atribuiu (por exemplo com o neo-realismo italiano que todavia lhe é posterior), encontra em Manuel António Pina, poeta e autor de literatura infantil, o seu mais sensível olhar.

Manuel António Pina, um dos nomes maiores das letras portuguesas contemporâneas, Prémio Camões 2011, escreveu este livro até agora inédito por encomenda do British Film Institute para uma colecção sobre os melhores filmes de sempre comemorativa do centenário do cinema.

«O Concerto Interior — evocações de um poeta», de António Osório


O Concerto Interior — evocações de um poeta
António Osório


Colecção: Testemunhos 53 / Tema, classificação: Memórias
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 136 páginas


ISBN: 978-972-0-79320-1
PVP: 12 €

As recordações são acompanhadas aqui de poemas. Não se trata de uma antologia — a poesia procurou sempre tornar mais clara a minha vida, e a prosa revela a verdade dos versos e das pessoas invocadas. As duas, lado a lado, buscam o encanto de caminharem juntas e de se completarem.
Falta acrescentar que o mistério da existência — procurei-o sempre descobrir ao longo da vida — é o das quatro estações. Porque será que a velha glicínia segue o ritmo das jovens roseiras, essas lindas raparigas? E porque luzem na hora certa, como as constelações? De tudo resulta um concerto interior, preenchendo a alma e tornando-a digna de voltar.


O título devia ser «Breve Autobiografia». Só que as dezenas de pessoas, de parentes, animais, bichos, árvores, trabalhadores rurais, que estão dentro dele, disseram já muito do que tinham a dizer; na maioria dos casos, até lhes sabemos o nome de baptismo. Mais, o «personagem» central, esse é bem reconhecível, desde o primeiro livro.

António Osório

«Império» [convite]

[clicar na imagem para a ampliar]



IMPÉRIO
Alexandre Melo • André e. Teodósio • Vasco Araújo


Apresentação por 

Isabel Moreira e Nuno Crespo

28 de Novembro, quarta-feira, às 18h30


Livraria Assírio & Alvim | Chiado
Pátio Siza — Entrada pela Rua Garrett, 10 ou pela Rua do Carmo, 29, Lisboa

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

«com os livros atrás a arder para toda a eternidade.»



AOS AMIGOS

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
— Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.

Herberto Helder

[ Herberto Helder nasceu no dia 23 de Novembro de 1930 ]

domingo, 18 de novembro de 2012

Manuel António Pina

                           na homenagem feira do livro do porto, 2010

[ Sabugal, 18 de Novembro de 1943 - Porto, 19 de Outubro de 2012 ]


PRIMEIRO DOMINGO

A tarde estava errada,

não era dali, era de outro domingo,
quando ainda não tinhas acontecido,
e apenas eras uma memória parada
sonhando (no meu sonho) comigo.

E eu, como um estranho, passava

no jardim fora de mim
como alguém de quem alguém se lembrava
vagamente (talvez tu),
num tempo alheio e impresente.

Tudo estava no seu lugar

(o teu lugar), excepto a tua existência,
que te aguardava ainda, no limiar
de uma súbita ausência,
principalmente de sentido.




sábado, 17 de novembro de 2012

«Cibercultura e Ficção», de Jorge Martins Rosa (org.)


Cibercultura e Ficção

ISBN: 978-989-8618-09-2

Edição: Novembro 2012

Preço: 21,70 euros | PVP: 23 euros

Formato: 16×22 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 384


[ Em colaboração com o CECL ]

Organização de 
Jorge Martins Rosa

Autores
Aline Ferreira | Ana Barroso | António Fernando Cascais | Artur Matos Alves | Daniel Cardoso | Ermelinda Maria Araújo Ferreira | Filipe da Costa Luz | Gonçalo Furtado | Herlander Elias | Ieda Tucherman | Isabel Brison | João Rosmaninho Duarte Silva | Jorge Martins Rosa | José da Costa Ramos | Manuel Bogalheiro | Margarida Medeiros | Maria Augusta Babo | Maria do Rosário Monteiro | Patrícia Proença | Paulo da Silva Quadros | Paulo Tavares | Pedro de Andrade | Raquel Botelho | Rui Pereira Jorge | Sandra Bettencourt 

«Que afinidades podem encontrar-se entre a ficção e as ideias-chave da cibercultura, como os mundos virtuais ou o conceito de pós-humano? Sabê-lo foi o objetivo do projeto de investigação «A Ficção e as Raízes de Cibercultura», acolhido pelo Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (Universidade Nova de Lisboa) e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Neste volume, que reúne textos do colóquio integrado nesse projeto, apresentados pela equipa e por outros investigadores no universo lusófono, destaca-se a diversidade de abordagens e de respostas. Seja emtextos obscuros de finais do século XIX e início do XX, no previsível género da ficção científica, emautores canónicos como Forster, Beckett e Borges, ou noutros meios de expressão como o cinema, abre-se aqui um rico mas ainda pouco explorado terreno de pesquisa sobre o imaginário tecnológico contemporâneo e o seu passado recente.»

[ clicar na imagem para a aumentar ]

sábado, 10 de novembro de 2012

«David Golder», de Irene Nemirowsky

[ clicar na imagem para ler pdf com apresentação e três primeiros capítulos ]

David Golder

Irene Nemirowsky


Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8566-21-8
Edição: Setembro 2012
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 208


Edmond Jaloux: «Fiquei estupefacto.»

Neste continente, e com gente civilizada de um século XX quase a meio, houve campos de concentração. Berlim sonhava uma Europa ariana e de supremacia germânica num espaço geográfico onde viviam nove milhões de judeus, todos a mais.


Em 1903, quando Irma Irina nasceu em Kiev, a família Nemirowsky (com um nome forte na alta finança do país) falava sobretudo francês. O seu pai Leonid chamava-lhe ma petite, dava-lhe a companhia e as lições de uma preceptora francesa, e nas histórias da sua infância a Gata Borralheira apareceu-lhe como Cendrillon, e a Capuchinho Vermelho como Petit Chaperon Rouge. No romance David Golder o judeu sabe que deve sempre «recomeçar» e muitas vezes terá, talvez, de fazê-lo. Leonid estava a «recomeçar», e poucos anos mais tarde voltaria a ser um abastado banqueiro; passaria a ser monsieur Léon, a sua mulher Anna passaria a ser madame Fanny, e Irma Irina, claro está, mademoiselle Irene; continuavam a comunicar uns com os outros em francês, como já antes faziam, mas agora no país certo; e adquiriam os costumes e os comportamentos da alta burguesia de Paris. Irene frequentava a Sorbonne num curso de letras, e uma conceituada escola de dança.
No dia 17 de Julho de 1942, Irene Nemirowsky [1903-1942] estava entre os 928 judeus metidos em vagões para transporte de gado, com palha no chão e um balde com água, num comboio que durante três dias e duas noites atravessou a França, a Alemanha e a Polónia até Auschwitz. Chegadas ao destino, as mulheres foram separadas dos homens, entregaram jóias e alianças de casamento, foram rapadas, tomaram um banho de chuveiro com água fria e vestiram batas às riscas. No dia seguinte tiveram um número tatuado no pulso. Irene Nemirowsky só viveu trinta dias em Auschwitz; não chegou a esqueleto vivo nem à câmara de gás; morreu, atingida pela epidemia de tifo que nesse momento matava piedosamente os residentes do campo.

A.F.