terça-feira, 30 de outubro de 2012

«Foi há tantos anos que ainda me lembro»


60 Canções — Partituras, Letras, Cifras
Sérgio Godinho

Formato e acabamento: 23 x 29 cm, edição brochada com badanas / 248 páginas

ISBN: 978-972-37-1655-9
PVP: 19 €

«Ninguém escreve canções como estas em português de Portugal. Em grande medida porque ninguém escreve textos tão trabalhados. Sérgio Godinho usa o verso longo e curto, cultiva referências cultas ou populistas, faz jogo com o gozo da rima. É essa oficina que garante graça e acutilância às canções.»


Pedro Mexia, in «Público»


Foi há tantos anos que ainda me lembro: adolescente, eram livros como este que me levaram a experimentar as primeiras (e rudimentares) formas de escrita; e, desde aí, nunca me têm largado. Ou seja, tenho-os à mão e eles têm-me à perna.
O acesso prático aos mecanismos que outros usaram para criar (ou criaram para usar…) nunca deixou de me trazer luzes e dicas importantes, neste ofício intermitente da feitura de canções.
Imitamos, transformamos, inventamos, emperramos e solucionamos, mas nunca a partir do nada – há sempre, num ponto de partida, de percurso ou de chegada, o que nos foi sugerido por outros saberes. Com livro ou sem livro.
Mas é destes manuais que falamos: sabemos como em Portugal, são ainda, infelizmente, aves raras. Começam agora algumas a pousar, e serão cada vez mais bem-vindas.
Que prenda para todos os que praticam estas coisas, ter um dia acesso a toda a música portuguesa (enfim, não exageremos…) neste formato, ou formatos afins.
Estatisticamente, o meu contributo passaria a ser muito menor, e eu com isso no maior contentamento.

Sérgio Godinho

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

«Rumor Branco», de Almeida Faria


RUMOR BRANCO
Almeida Faria


Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada com badanas / 160 páginas

ISBN: 978-972-37-1648-1
PVP: 12,90 €


«Almeida Faria foi génio aos dezanove anos, quando publicou Rumor Branco, e desde então tem ousado publicar uma obra imprevisível, corajosa e inclassificável.
»

Miguel Esteves Cardoso


«Mais «romance novo» do que nouveau roman, Rumor Branco é uma representação do mundo português de 1962 enquanto náusea. E no entanto, a polémica que à época identificou Almeida Faria como delfim do «existencialismo» (em resposta ao astuto prefácio de Vergílio Ferreira), agitou o vão fantasma das «angústias
metafísicas» onde havia, na verdade, um novíssimo e torturado realismo, uma denúncia de um quotidiano opressivo, repugnante. Mas é a linguagem, antes de mais, que se revolta: a fragmentação, a pontuação escassa, a sintaxe ousada, uma partitura dissonante e ofegante de provérbios, palavras de ordem, neologismos, clichés. Uma música pós-musical, como a de Stockhausen, a que o título alude. Na década mais moderna do romance português, o jovem escritor de dezanove anos recusava uma ficção didática, previsível e de fundo otimista. Eduardo Lourenço chamou-lhe uma «literatura desenvolta», que vale tanto pelo que consegue como por aquilo que recusa. Nem gratuito nem ensimesmado, Rumor Branco desmultiplica-se em perspetivas agudas, do melodrama lisboeta à boémia parisiense, passando pela militância política ativa e pelo proverbial enfado dos burgueses cultos; no essencial, a sua visão é feérica, espetral, e em várias passagens o fio narrativo cede lugar a digressões poéticas soturnas. Portugal como assombração, como assombro. E uma literatura nova nos escombros de um mundo antigo.»

Pedro Mexia

sábado, 27 de outubro de 2012

Obras de Eugénio de Andrade



PRIMEIROS POEMAS · AS MÃOS E OS FRUTOS · 
OS AMANTES SEM DINHEIRO
Eugénio de Andrade


Prefácio: Gastão Cruz

Colecção: Obras de Eugénio de Andrade 1
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada com badanas / 112 páginas

ISBN: 978-972-37-1649-8
PVP: 12,00

«A poesia de Eugénio de Andrade criou, para dele falar, uma linguagem que é, simultaneamente, simples e espessa, eufórica e trágica, direta e metafórica. A sábia dosagem destes elementos afastou-a completamente dos perigos de uma aproximação excessiva do real prosaico e vulgar que tem inquinado tanta pretensa poesia, dita do quotidiano e “da experiência”, e avessa à metáfora.»

Gastão Cruz



AS PALAVRAS INTERDITAS · ATÉ AMANHÃ
Eugénio de Andrade


Prefácio: Nuno Júdice

Colecção: Obras de Eugénio de Andrade 2
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada com badanas / 72 páginas

ISBN: 978-972-37-1656-6
PVP: 10,00


«As Palavras Interditas e Até Amanhã são livros em que se encontra, praticamente em cada poema, aquilo que fez, e faz, de Eugénio de Andrade o mais luminoso e claro dos nossos poetas do século XX.»

Nuno Júdice


Já estão disponíveis nas livrarias Assírio & Alvim

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

«Diários», de Al Berto


DIÁRIOS

Al Berto


Organização e Prefácio: Golgona Anghel


Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada com sobrecapa / 592 páginas
ISBN: 978-972-37-1650-4
PVP: 22 €

Preciso com a máxima urgência de escrever, sobretudo não parar de escrever, não para substituir o livro que me escapa, que se desligou de mim, mas porque me é impossível não criar, não escrever, ou ficar siderado perante o vazio que o livro deixou. Não acredito no génio, acredito, sim, na necessidade, na urgência, na ânsia de me manter por um fio entre a queda final e o precário equilíbrio das palavras.

Al Berto


Já está disponível nas livrarias Assírio & Alvim

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

deixando no poema uma espécie de mágoa / como uma marca de água impresente

Fotografia (pormenor) de Lucília Monteiro

TODAS AS PALAVRAS

As que procurei em vão,
principalmente as que estiveram muito perto,
como uma respiração,
e não reconheci,
ou desistiram e
partiram para sempre,
deixando no poema uma espécie de mágoa
como uma marca de água impresente;
as que (lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram capazes de dizer-me;
as que calei por serem muito cedo,
e as que calei por serem muito tarde,
e agora, sem tempo, me ardem;
as que troquei por outras (como poderei
esquecê-las desprendendo-se longamente de mim?);
as que perdi, verbos e
substantivos de que
por um momento foi feito o mundo
e se foram levando o mundo.
E também aquelas que ficaram,
por cansaço, por inércia, por acaso,
e com quem agora, como velhos amantes sem
desejo, desfio memórias,
as minhas últimas palavras.

Manuel  António Pina

«Não se pintam almas; pintam-se corpos; e quando os corpos estão bem pintados… com um raio!… a alma, caso tenham uma, por todos os lados a alma irradia e transparece.»


«Olhe. Veja-me isto… a Vitória de Samotrácia. É uma ideia, é todo um povo, um momento heróico na vida de um povo, mas os tecidos colam-se, as asas batem, os seios incham. Não preciso de ver a sua cabeça para imaginar o olhar, porque todo o sangue que chicoteia, que circula, canta nas pernas, nas ancas, em todo o corpo, passou como uma torrente pelo cérebro, subiu até ao coração. Está em movimento, é todo o movimento da mulher, de toda a estátua, de toda a Grécia. Olhe, quando a cabeça se soltou, o mármore ficou a sangrar… Ao passo que lá em cima, com o sabre do carrasco, pode cortar o pescoço a todos aqueles queridos mártires: sairá um pouco de vermelhão, gotas de sangue, isso… Já levantaram voo para Deus, exangues. As almas não se pintam. E, repare, as asas da Vitória não se vêem, eu já não as vejo. Não pensamos nelas, tão naturais parecem. O corpo não precisa delas para levantar voo em pleno triunfo. Têm impulso próprio… Ao passo que as auréolas à volta de Cristo, das Virgens e dos Santos, só elas se vêem. Impõem-se. Aborrecem-me. O que é que quer? Não se pintam almas; pintam-se corpos; e quando os corpos estão bem pintados… com um raio!… a alma, caso tenham uma, por todos os lados a alma irradia e transparece.»


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Irene Nemirowsky

[ clicar na imagem para aceder a mais informação ]

Irene Nemirowsky [ Kiev, 1903-Auschwitz, 1942 ], autora de David Golder, Sistema Solar, 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Inimigo Público


«Num estilo cru, simples e elegante, os cartoons que António Jorge Gonçalves tem desenhado semanalmente desde 2003, no Inimigo Público, versam temas nacionais e internacionais, da política institucional ao comentário de género, e constituem um mosaico do mundo tal como nos é servido pelos media à mesa das nossas consciências.»


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

«Estas são as primeiras vontades para uma vida humana digna.»

 




Lançamento de Primeiras Vontades, Chiado, 7 de Outubro de 2012.

«Porque a primeira condição para não nos condenarmos é não nos condenarmos à sobrevivência, há que reencontrar os caminhos de uma vida que nos projecte fins a perseguir, há que reencontrar o sentido moderno de uma autonomia do humano, que para si mesmo escolhe uma lei, um destino, um sentido, e não se submete à heteronomia da subtracção da existência, dada, como ídolo da precariedade, ao consumo de um capitalismo canibal. Escolher é hoje escolher não sermos sobreviventes e resgatar o direito a uma História humana. Em tempos em que abundam as declarações de últimas vontades, nestes tempos árduos que vivemos, há que escolher como se os tempos fossem imaginativos e nos movessem vontades de outros tempos. Estas são as primeiras vontades para uma vida humana digna.»

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

No próximo domingo à tarde na livraria do Chiado



A DOCUMENTA convida para o lançamento do livro de

André Barata

PRIMEIRAS VONTADES
da liberdade política para tempos árduos


7 de Outubro (domingo), às 16h30

apresentação por

Rui Tavares


Livraria Assírio & Alvim | Chiado
Pátio Siza — Entrada pela Rua Garrett, 10 ou pela Rua do Carmo, 29, Lisboa

«Os ensaios deste livro procuram defender um caminho diferente, de escolhas humanas que dêem um futuro à História, através do pensamento sobre a liberdade política de Jean-Jacques Rousseau, Isaiah Berlin, Hannah Arendt, Jacques Rancière, Jean-Paul Sartre e Slavoj Žižek»